top of page

“Um grande artista ganha mais que um bom médico”

É difícil falar de teatro em Moçambique e não associá-lo a companhia de teatro Gungu. Do mesmo jeito, é difícil falar do Gungu e não falar de Gilberto Mendes. Ele é um actor Moçambicano que está no teatro há bastante tempo. Fundador da companhia de teatro Gungu e conhecido pelos papéis que já interpretou em diversas peças de teatro.

 

O Arco-de-Notícias decidiu ir conversar com ele para saber mais da sua carreira e descobrir o segredo do seu sucesso. Gilberto Mendes define-se como “um tipo fixe”. Lê a entrevista até ao fim e diz-nos se ele é realmente fixe.


 

Gilberto Mendes e a aluna repórter Natasha Dos Santos John.

Arco-de-Noticias (AN) - Quem é Gilberto Mendes?

Gilberto Mendes (GM) - Gilberto Mendes é um cidadão Moçambicano que nasceu no dia 3 de Maio de 1966. É casado, pai de dois filhos. Actor da companhia de teatro Gungu, encenador do grupo principal da companhia de teatro Gungu, presidente da federação Moçambicana de Natação e Director Geral da Gungu TV.

 

AN-Defina Gilberto Mendes em uma palavra.

GM- Eu sou um tipo fixe. Fixe (risos).

 

AN- Quando começou a sua carreira?

GM- Minha carreira não começou no teatro. Comecei a ter vida pública como atleta em 1977 quando bati um recorde na natação. Já pratiquei diversas modalidades, tais como basquetebol, hóquei patins, atletismo, natação, tênis, em fim, pratiquei diversas modalidades.

 

AN-Como entra para o teatro?

GM- Participei num casting aberto em 1984 em que estava Maria Pinto de Sá, actriz moçambicana do grupo Txova Xitaduma, que na altura era minha professora de desenho. Passei no casting e fui selecionado para fazer o papel principal no filme “O vento sopra do norte”. Adquiria assim passagem para o mundo de teatro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AN- Como concilia a família e o trabalho ?

GM- Não é fácil porque às vezes levo trabalho para casa. Assim a família acaba sendo envolvida no meu trabalho. O artista não tem final de semana. Enquanto as pessoas estão a divertir-se no teatro, o actor está a trabalhar.

 

AN-O que faz nos tempos livres para relaxar?

GM- Fico com a minha filha. Ela relaxa-me muito. Faço questão de ir buscá-la à escola, almoçar com ela e escutar as suas queixas e brincadeiras. Os momentos mais relaxados são quando estou com minha filha.

 

AN-Deixe uma mensagem para os nossos leitores, estudantes do Colégio Arco-Íris, que querem ser pessoas de sucesso.

GM- O sucesso não está ao virar da esquina. Deus olha por todos nós. Os jovens devem deixar de viver de aparências. Saberem que têm valor do jeito que eles são. Muito estudo e muito esforço são ingredientes ideias para o sucesso.

 

Natasha Dos Santos John e Cledy Marinela 

 

AN-Qual era seu papel?

GM- Jovem inconformado com o colonialismo português. Tinha um amigo mulato numa altura em que havia segregação racial. Os pretos eram considerados cidadãos de segunda. Tinha uma namorada e tanto ela como o meu amigo estavam insatisfeitos com o colonialismo. Daí que decidimos abandonar a escola e entrar nas forças armadas para lutar, para libertar Moçambique.

 

AN- Como olha para o teatro moçambicano?

GM- O teatro que se faz actualmente é mais profissional e elaborado. Os textos têm mais rigor. Investe-se mais no cenário, na luz, na música, figurino e na formação dos actores. O teatro ganhou outra dimensão.

 

AN- O que é preciso para ser um bom actor?

GM- É preciso 99% de esforço, 0.5% de talento e 0.5 % de sorte. Quando se tem a sorte de estar no sítio certo, um pouco de talento e muita dedicação, pode-se ser um bom actor.

bottom of page